quinta-feira, 8 de julho de 2010

E o Gabriel?

Muitos, centenas, que é a ordem de grandeza até a qual consegui manter a tediosa contagem, de e-mails chegam ao blog com a pertinente pergunta que também é, não por acaso e muito convenientemente, o título desse post. Com a baixa (se desconsiderarmos efeitos quânticos, podemos com alguma segurança dizer nula) participação desse membro da equipe do "E a lagartixa?" nas postagens bem como nos comentários, começam os leitores, muitos dentre eles historiadores, a contestar a existência do Gabriel como personagem histórico. Seria ele uma espécie de rei Arthur ou mago Merlin? Seria ele uma espécie de Sócrates ou Jesus, o messias e/ou salvador - whatever? Seria ele alguma espécie de ... lagartixa? 
Rumores nunca são escassos quando direcionados à vida alheia, diga-se de passagem. Pessoas parecem gostar sempre de se sentirem enganadas, vide o furor e a predileção da maioria delas por coisas e assuntos que remetem à teorias de conspiração. Quiçá isso seja algum reflexo da necessidade intrinsicamente humana (ou talvez culturalmente humana, não sei) de se sentir parte de "algo maior", de super valorizar sua existência. 
Voltando ao assunto principal desse post, pedem-nos a comprovação da real existência do citado membro, como se em algum instante do passado, talvez eu estivesse dormindo ou escrevendo esse texto para o blog, o ônus da prova de alguma afirmação não mais coubesse a quem emite tal afirmação de forma categórica. Afirmam que o Gabriel não passa de uma invenção, uma mentira, e exigem que eu prove o contrário. Ora, isso me lembra aquela história do dragão na garagem e do bule voador...

 Como vou provar isso? Como saber que tal colaborador não faz parte de um delírio coletivo ou algo do gênero? Fotos! Fotos... Não as possuo... Somente essa, definitivamente não conclusiva, tirada usando uma thermal cam:
              Gabriel? Talvez... mas essa foto deixa o post menos monótono. Fato.

Registros escritos! Toda evidência escrita, também não conclusiva, que temos de sua existência resume-se ao que está escrito no seu respectivo perfil aqui do blog, o qual foi ao menos aparentemente, mas de certo humildemente extirpado de algum horóscopo de algum jornal que tenha uma sessão de horóscopos, naturalmente. Mas afinal, qual a importância de saber se alguém existe ou não de fato? Suas idéias (ou ausência de idéias) tornam-se menos ou mais importantes devido a existência histórica ou não dela? E a lagartixa? Nossa, tudo isso é muito incerto em princípio. Deixo-vos com um pequeno poema que pode, ao interagir com sua mente, transformar-se em poesia, posto que (e o que vem depois de "Pedro Lyra," é mais importante para o tema do post do que os versos que o seguem) segundo Pedro Lyra, "Se o poema é um objeto empírico e se a poesia é uma substância imaterial, é que o primeiro tem uma existência concreta e a segunda não. Ou seja: o poema, depois de criado, existe per si, em si mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe em outro ser: primariamente, naqueles onde ela se encrava e se manifesta de modo originário, oferecendo-se à percepção objetiva de qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que a capta desses seres e tenta (ou não) objetivá-la num poema; terciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho objetivador do indivíduo-poeta."
A Lagartixa
Da Costa e Silva

A um só tempo indolente e inquieta, a lagartixa,
Uma réstia de sol buscando a que se aqueça,

À carícia da luz toda estremece e espicha
O pescoço, empinando a indecisa cabeça.

Ei-la aquecendo ao sol; mas de repente a bicha
Desatina a correr, sem que a rumo obedeça,

Rápida num rumor de folha que cochicha
Ao vento, pelo chão, numa floresta espessa.

Traça uma reta, e pára; e a cabeça abalando,
Olha aqui, olha ali; corre de novo em frente

E outra vez, pára, a erguer a cabeça, espreitando…
Mal um inseto vê, detém-se de repente,

Traiçoeira e sutil, os insetos caçando,
A bater, satisfeita, a papada pendente…

2 comentários:

  1. Caraca!
    Tava pensando em escrever sobre isso!
    E O GABRIEL?!

    E daqui há um pouco, acho que podemos escrever:
    E O RODRIGO?!
    uahahahahahhahahaha

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  2. hauauh vai rolar um "localizar e substituir"

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