terça-feira, 14 de dezembro de 2010

The social network (A rede social)


Depois de algumas tentativas frustradas, finalmente consegui assistir "A rede social" na quinta-feira passada. Quando vi o trailer desse filme há um tempo atrás, não senti a mínima vontade de assistí-lo, pois pensei que a história não valeria o preço do ingresso (sim, nem no Iguatemi RJ) e que o filme seria só mais um caça-níqueis. Esse é um raro caso em que me animei de assistir um filme após ler as críticas, na maioria muito positivas, sobre ele. Mas não me culpem: a história do filme versa sobre a criação de um site, o Facebook, como você já deve saber. O que de interessante poderia haver numa história sobre um site de relacionamentos? Acontece que o filme transcende sua narrativa, passando a funcionar como um retrato do nosso zeitgeist, do espírito de nossa época.
O personagem principal, o (possivelmente) criador do Facebook, Mark Zuckerberg, é interpretado por Jesse Eisenberg, que recentemente foi o protagonista do engraçado Zombieland. Com certeza as cenas com um toque de humor sarcástico foram fundamentais para eu achar muito boa a atuação de Eisenberg. As cenas do "julgamento" (acho que era uma conciliação, sei lá, não sou advogado :) ) são impagáveis. A cena inicial do filme também é sensacional, não pelo humor, mas sim pela música: Ball and biscuit, do White Stripes! Em um dos trailers usaram também uma versão cantada por coral da música "Creep" do Radiohead:

Um tema interessante abordado no filme, é a difícil questão sobre propriedade intelectual, assunto complicadíssimo do meu ponto de vista. Como definir de maneira precisa o criador de uma idéia e os direitos que tal criador tem sobre ela? Como muito bem posto no filme, se eu construir uma cadeira, eu vou ter que pagar os direitos à quem inventou a cadeira? Acho sem nexo o processo que o Zuckerberg sofreu. Uma coisa é você copiar um projeto totalmente planejado e fechado, outra coisa é você pegar uma idéia e a desenvolver por si só, como foi o caso do Facebook. Se o Facebook contasse apenas com os recursos previstos pro HarvardConnection (site que foi idealizado por 2 irmãos alunos de Harvard que acusam o Zuckerberg de ter se apropriado da idéia do mesmo) certamente não seria esse sucesso que é hoje. Mas sim, concordo que foi desleal o fato do Zuckerberg entrar no projeto dos gêmeos e enrolá-los por tempos e, ao invés de desenvolver o HavardConnection como havia combinado, criar às escondidas o The Facebook (a retirada do "The" foi uma sugestão do criador do Napster).
Outra coisa: acho exagerado esse "áurea" de gênio que deram para o Zuckerberg. Isso é provavelmente relacionado a essa hype em torno do mundo I.T que presenciamos hoje em dia... Não contarei mais nada para não estragar sua ida ao cinema ;)
Enfim, "A rede social" é um filme que merece muito ser assistido, principalmente se você está imerso nesse novo paradigma de mundo criado pela internet. Veredicto: nota 10/10

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